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em que pomos mais lugares à mesa

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[2,] de novo as conversas de segunda-às-18h: é, neste momento, a única forma de encontro na aberta que nos satisfaz sempre, a mim e ao Ricardo, ao ponto de as segundas-feiras se terem transformado no meu dia preferido da semana; as declamações de poesia aborrecem-nos e nunca as tentámos sequer, as apresentações de livro não raro falham o seu propósito e já me vou questionando se faz sentido o esforço de as promover e as inaugurações

são meras datas de arranque de dois meses em que de facto conseguimos olhar para as exposições e falar sobre elas com quem nos visita. Com algum trabalho de preparação (investigamos, lemos, selecionamos, transcrevemos, imprimimos, oferecemos), os textos que vamos discutindo a cada estação têm servido para descobrirmos em voz alta o que pensamos sobre uma catrefada de coisas. Se calhar, isto é só uma maneira de dizer que as formas

de longa duração nos servem melhor, ainda estou a tentar perceber. Neste início de ano, por exemplo, não inaugurámos nenhuma exposição porque apareceu algo que nos entusiasmou demasiado: o espaço da livraria que costumamos usar para mostras transformou-se num cantinho de leitura, em parte por causa da Odete. Na semana do Natal, estamos nós a descansar e ela manda-nos uma mensagem, enquanto desmontava a exposição Artifício que esteve

nas Galerias Municipais, em Lisboa. Uma das salas dessa exposição era uma biblioteca, construída numa caixa branca como se sempre ali tivesse estado: durante a duração da exposição, o público pôde visitar essa biblioteca, sentar-se, ler e até fotocopiar tudo o que quisesse – usar uma exposição como sala de estudo. Terminada a exposição, o que fazer a grande parte desses livros da biblioteca pessoal da Odete? A mensagem dela perguntava-nos se queríamos

recebê-la aqui, com o mesmo objetivo. Entre livros antigos que já não conseguimos vender por não costumarmos ter edições usadas e livros recentes (académicos, por exemplo) que até conseguiríamos vender, mas a preços proibitivos para a maioria das pessoas, esta seleção ocupa na nossa livraria um espaço complementar ao que temos vindo a construir. É esta a novidade da newsletter de hoje: continuamos a ser uma livraria que precisa de vender livros, sim, e [3-6,] …

english
, ANON, Legends: Queer Gods and Mythological Creatures, X, X, 2019.
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, FERNANDEZ, Dominique, Porporino or The Secrets of Naples, New York, Morrow, 1976.
, GARELICK, Rhonda K., Rising Star: Dandyism, Gender, and Performance in the Fin de Siècle, Princeton, Princeton University Press, 1998.
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, HATSIS, Thomas, The Witches’ Ointment: The Secret History of Psychedelic Magic, Rochester, Park Street Press, 2015.
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, HILLMAN, David C.A., Hermaphrodites, Gynomorphs and Jesus: She-Male Gods and the Roots of Christianity, Oakland, Ronin, 2013.
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, HORN, Lars, Voice of the Fish: A Lyric Essay, Minneapolis, Graywolf Press, 2022.
, KOESTENBAUM, Wayne, The Queen’s Throat: Opera, Homosexuality, and the Mystery of Desire, X, Da Capo Press, 2001.
, MANION, Jen, Female Husbands: A Trans History, Cambridge, Cambridge University Press, 2021.
, RIDLEY, Glynis, The Discovery of Jeanne Baret: A Story of Science, the High Seas, and the First Woman to Circumnavigate the Globe, New York, Broadway, 2011.
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, SCARRY, Elaine, The Body in Pain: The Making and Unmaking of the World, Oxford, Oxford University Press, 1987.
, SCHULKE, Daniel A., Veneficium: Magic, Witchcraft and the Poison Path, X, Three Hands Press, 2017.
, SNORTON, C. Riley, Black on Both Sides: A Racial History of Trans Identity, Minneapolis, University of Minnesota Press, 2017.
, VAN SAARLOS, Simon(e), Take ‘Em Down: Scattered Monuments and Queer Forgetting, Guelph, Guelph and Musagetes, 2022.
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, AAVV, Kent K. Brintnall, Joseph A. Marshall, Stephen D. Moore (editors), Sexual Disorientations: Queer Temporalities, Affects, Theologies, New York, Fordham University Press, 2018.
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, AAVV, Domitilla Campanile, Filippo Carlà-Uhink, Margherite Facella (editors), TransAntiquity: Cross-Dressing and Transgender Dynamics in the Ancient World, London / New York, Routledge, 2019.
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, AAVV, Eric Plemons, Chris Straayer (editors), TSQ [Transgender Studies Quarterly], volume 5, number 2: «The Surgery Issue», Tucson, May 2018.
, AAVV, Leah DeVun, Zeb Tortorici (editors), TSQ [Transgender Studies Quarterly], volume 5, number 4: «Trans*historicities», Tucson, November 2018.
, AAVV, Max Strassfeld, Robyn Henderson-Espinoza (editors), TSQ [Transgender Studies Quarterly], volume 6, number 3: «Trans*/Religion», Tucson, August 2019.

português
, ARAÚJO, Maria Benedita, Magia, demónio e força mágica na tradição portuguesa (séculos XVII e XVIII), Lisboa. Cosmos, 1994.
, BARBIER, Patrick, História dos castrados, Lisboa, Livros do Brasil, 1991.
, JOHNSON, Harold B., Dois estudos polémicos, Tucson, Fenestra Books, 2004.
, MOTT, Luiz, O sexo proibido: virgens, gays e escravos nas garras da Inquisição, Campinas, Papirus, 1988.
, PATRÍCIO, João Alberto Baptista, Memórias de medicinas de ontem: antropologia da doença – ex-votos, Porto, Modo de Ler, 2022.
, WALKER, Timothy D., Médicos, medicina popular e Inquisição: a repressão das curas mágicas em Portugal durante o Iluminismo, Rio de Janeiro, Fiocruz / Lisboa, ICS, 2013.
, AAVV, Geraldo Pieroni, Timothy Coates, De Couto do Pecado à Vila do Sal: Castro Marim (1550-1850), Lisboa, Sá da Costa, 2002.

castellano
, ANON, Ángel Esteban (edición), Historia da la Monja Alférez, Catalina de Erauso, escrita por ella misma, Madrid, Cátedra, 2019.
, ANON, Daniel J. García (edición), Sobre el derecho de los hermafroditas, s/l, Melusina, 2015.
, AAVV, Pamela J. Stewart, Andrew Strathern, Brujería, hechicería, rumores y habladurías, Madrid, Akal, 2008.

italiano
, AAVV, Teresa Cremisi (editor), Il processo di condanna di Giovanna d’Arco, Venezia, Marsilio, 2022.
, AAVV, Ludovico Virtù, Stefania Voli (editors), L’archivio storico del MIT [Movimento Identità Trans], s/l, Archivi Storia Trans*, 2020.

(última atualização a 19 de janeiro de 2024)

… agora temos também um quadrado amarelo para consulta: leiam e fotografem tudo o que quiserem da biblioteca da Odete. O Ricardo chama-lhe, desde a primeira mensagem, a «Bibliodete». A seleção vai necessariamente alterar-se ao longo do tempo, consoante a artista precise de algo ou possa deixar o que já não está a usar e, por isso, esta lista que vos deixei hoje (e que serve como referência bibliográfica de tudo o que ela deixou cá) estará também em constante atualização.

[Hoje escrevi pouquinho porque, entre a passagem de ano e o meu aniversário, enquanto preparávamos a biblioteca, andei a escrever um outro texto, a convite do José Bértolo e do Amândio Reis, ainda com a carta de Natal na cabeça. Acaba de sair no site do projeto Ghost e é sobre Maria Gabriela Llansol. Se quiserem espreitar, basta clicar aqui. Afinal dos textos mais pequenos podem sair textos maiores. Foi Llansol que o disse: «Com um livro escreve-se outro livro».]