Esta Páscoa, sexta 18 e sábado 19 de abril, mantemos o horário do costume: das 10h às 13h30 e das 14h30 às 19h. Nos feriados de sexta 25 de abril e quinta 1 de maio, abrimos em horário reduzido: das 10h às 14h30, sem pausa de almoço. Na semana de 6 a 10 de maio, a Livraria não está aberta, pelo que depois de sábado dia 3, última oportunidade para ver a exposição de João Negrume, reabrimos na terça 13 de maio.
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E com a próxima exposição já na cabeça.
Esta sexta-feira 9 de maio, às 18h30, abre a agonia no jardim nos Estúdios Victor Córdon, em Lisboa. Daqui a uma semana, no sábado 17 de maio, às 18h, abre o gemido sobre as pedras na Livraria aberta, no Porto. Ambas as exposições de miguel bonneville terminam na sexta-feira 4 de julho:
agonia no jardim marca a estreia de bonneville no universo da cerâmica – prática iniciada após a suspensão da sua trajetória nas artes performativas. esta exposição inaugura o projeto serial animais paisagens e santos, que investiga as vidas e os legados de diferentes santos, ao mesmo tempo que explora as intersecções entre o estudo da mística, as relações entre animais humanos e não humanos e a tensão entre civilização e natureza.
gemido sobre as pedras é uma exposição que cruza desenho e cerâmica, pensada como uma espécie de correspondência com agonia no jardim. ambas habitam um território de exílio, mas comunicam entre si. correspondem-se no limite das possibilidades, tentando revelar uma à outra o que habitualmente escondem.
se agonia no jardim se debruça sobre a possibilidade de estar presente nos momentos em que não há promessas fáceis, gemido sobre as pedras é a procura da saída de um estado de tensão – provocado pela antecipação do fim. mais do que se reconhecerem, testemunham-se. colocam-se no lugar uma da outra. acontecem intertextualmente.
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As pessoas têm coisas muito específicas dentro da cabeça, guardamos ou damos conforme a vontade de nos aproximarmos de outras: um vinil estragado que soa relaxante com a voz lenta e grave sob riscos; um brejo escondido no meio da mata que conhecemos desde crianças e usamos, sozinhos ou acompanhados, para ter paz e sossego; um poema-em-prosa que nos embarga a voz alta, que toda a raiva tem seus usos; o filme do balão cativo que é na verdade o mais livre de todos, santo-ou-anjo, baleia branca, paisagem de corda, a cada vez assustador e caricato; histórias que sempre queremos contar porque fazer conversa ainda é uma forma possível de partilha. A semana de pausa foi isso, sair do Porto e conhecer outras cidades através dos bocados de coisas que as pessoas de quem gostamos têm na cabeça, o fumo branco que diz que elas estão aqui. Volto agora ao Porto com essas imagens também, já as pus na minha cesta. E por isso hoje não escrevo mais, esta semana foi para nós, as próximas treze são para vocês.
obrigado